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sábado, 27 de fevereiro de 2010

UM CONTO DE HUMOR!...

Ouro Preto
Belo Horizonte

Mineiro é mineiro,tenha lá a profissão que tiver..Fazer negocio com mineiro é bão,mesmo que o sujeito saia perdendo;porque sempre aprende alguma coisa,quando nada,a ser menos otário.
Zé dos Brejo era um exemplo disso;era corretor imobiliário,mas,não sabia,porque naqueles tempos quem vendia lotes não tinha esse nome tão pomposo,não andava de terno e gravata nem vivia pendurado numa montanha de celulares,que atendia a todo momento.
Mas,Zé vendia lotes,terras,fazendas e era honesto,suas contas fechavam direitinho.
E aí,entrou o governo;que encasquetou de mudar a capital de Minas,de Ouro Preto para Belzonte.Claro que houve uma celeuma,os de Ouro Preto não queriam perder status e muita gente foi contra;gente,inclusive que podia gorar o negocio,vereadores,altos funcionários etc.
Mas,o governo também era mineiro e resolveu tudo com um “cala boca”,método usualmente aplicado pelos governos,desde Tomé de Souza até Lula;pois o governo doou lotes aos contrários para que fizessem suas casas e se acalmassem. Aí entra o Zé;quando,finalmente a capital foi mudada,os funcionários que não queriam se mudar começaram a vender por qualquer preço os terrenos que ganharam; ele comprou baratinho aqueles terrenos doados ou comprados á mijona que passaram a se valorizar a peso de ouro.
Zé passou a ser um dos homens mais ricos das Minas Gerais.Aqueles que estranhavam aquela fortuna repentina,Zé lhes obsequiava com uma resposta resumida que valia por uma aula de filosofia,administração e negócios:
-Como foi que enriquei?Comprando lotes de cretinos que pensavam que isto ia ser prá sempre Curral Del Rey e vendendo depois para outros que se julgavam espertos que pensavam que aqui ia ser a Avenida Paulista.Simples assim!
Assim me contaram!
Assim vos conto!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

AVENTURAS E DESVENTURAS DE UMA PROFESSORINHA DA ROÇA



Minha mãe,formada pela Escola Normal,aos 17 anos,cismou de ensinar no interior da Bahia,isso na década de 30,quando Lampião,o rei do cangaço,aterrorizava o sertão.Meu avô materno,homem extremamente conservador,nem queria ouvir falar nisso,mas,não sei como,minha mãe,frágil,tímida,mignon,e,muito obediente,conseguiu o consentimento.Assim,ela e minha avó,tomaram a “Maria Fumaça”,na estação da Calçada,rumo ao seu destino,a cidade de Jacobina,lá onde o diabo perdeu as botas e o vento faz a curva,como se diz.Três dias para chegar em Jacobina,com baldeação em Santa Luz;e ,mais um para chegar em Miguel Calmon,remota cidade do interior,perdida nos tempos ,além de mais um dia á cavalo,até a Fazenda Brejo Grande,reduto dos Oliveira,ponto final dela.
Meu avô,Antonio Jerônimo,sabedor da vinda da “fessorinha”,não poupou esforços para buscá-la,lá na Sede.Escolheu o melhor cavalo,manso,bom de trote,que seria a montaria das recém-chegadas,sela própria para mulheres,que sentavam de lado,pois damas não usavam calça comprida;como complemento,um cochonil bem macio,esporas de prata,fortes rapazes para escoltá-las,pois os cangaceiros andaram por ali,descendo a serra do Tombador e tinham que estar preparados para o pior.
Chegada á Fazenda, minha mãe se encantou com tudo, novo para ela:a casa de farinha,o engenho,o pomar,o rio,o curral,a casa grande com mais de dez quartos,uma mesa de refeições,onde caberiam,sem apertos,uns trinta comensais,o povo simples e amistoso,para quem professora era uma espécie de deusa do saber,respeitada e mimada por todos.No dia seguinte ela assumiu a classe;classe essa composta de adultos ,alguns com mais de trinta anos,que não sabiam ler nem escrever.
A matrícula foi hilária; minha mãe perguntava a data de nascimento,mas,ninguém tinha registro,nem certidão,nada,então diziam:-ele nasceu quando o veio Jerônimo levantou a cumeeira da casa do Barreiro;pacientemente,minha mãe perguntava ao meu avô paterno sobre o sucedido e,ele respondia:-ah,foi em outubro de ´27;minha mãe colocava que o cabra nasceu em qualquer dia de 1927,outubro.
Outra chegava meio constrangida,pois tinha perdido o “assento” e não lembrava de nada;assento era o papelzinho onde se assentavam as datas familiares;Os melhores de vida,anotavam na Bíblia,criando um novo Gênesis.
Se minha mãe queria saber de vacinas,respondiam:-no tempo da vourilha(varíola)ele foi avalcinado, adespois disso mais nunca.
Apesar do respeito pela professora,havia garotos que não gostavam de estudar e queriam era viver pelos matos,pegando passarinhos,livres,leves e soltos,subindo nos umbuzeiros ou raspando mandioca para fazer farinha .Assim,fugiam da escola e não aprendiam nada.
Um deles era o Fulgencio,garoto levado,ágil como um cabrito,que se sentava no fundo para fugir mais rápido.Um dia,chegou o Inspetor,que veio ver o progresso da classe;minha mãe preparou todos direitinho,a lição era de Historia,descobrimento do Brasil;como o diabo arma,o Inspetor escolheu logo o Fulgencio,por ser o menorzinho da classe,para responder:-Quem descobriu o Brasil?
O garoto,nervoso,acostumado a ser culpado,com razão,de (quase)todos os mal feitos,respondeu;
-Nun fui eu Sr.Inspetor,eu juro.
O Inspetor insistiu na pergunta,ele negava,minha mãe vexada,chegou a mãe do garoto,ouviu a demanda e falou firme pró Inspetor:
Foi ele ,sim,doto;esse minino é assim,faz as coisas,depois nega,tem a boca dura.
Quatro anos depois minha mãe se casava com meu pai,eu nasci em Salvador,mais voltei prá fazenda com três meses de idade,vivi lá até meus oito anos(ai que saudades que eu tenho...)e minha mãe ensinou lá quase quarenta anos;foi Diretora,Delegada Escolar,e,se alguém quiser contar quantos alunos ela ensinou as primeiras letras,que conte os fios dos seus cabelos brancos,que hoje repousam com Deus.


Gostaram?Esta é uma estória real.
IMG:Minha mãe,a professorinha da estória
PALAVRA DO LEITOR:
O poeta César Ubaldo,escreveu:
PARABÉNS,CARÍSSIMA CONFRADE,PELA MARAVILHOSA NARRATIVA,PELAS BELAS LEMBRANÇAS DE UM TEMPO IMORRIVEL.bEIJO FRATERNO.26/02/10

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

LER É CRESCER!



Quando eu era criança minha mãe me presenteou com as obras completas de Monteiro Lobato.
Eu era uma criança solitária,filha única e vivia numa pequena cidade do interior,sem diversões nem vida cultural interessante.
Pela mão de Monteiro Lobato descobri o mundo e as pessoas;D.Benta,a vovó carinhosa que contava belas estórias,Tia Nastácia,e a sabedoria popular transmitida às crianças Pedrinho e Narizinho e a destrambelhada boneca Emília,que depois virou gente,atrevida,irreverente,inconveniente como eu mesma.
Sempre digo que Lobato foi o meu pai espiritual,mas,depois vieram muitos outros livros.Livros à man’cheia como queria o poeta,fazendo a criança pensar.
Nunca mais me senti solitária.Estou sempre rodeada de livros e tanto aos cinco anos quanto agora aos 67 os livros são a minha companhia.
Não temo a morte,mas,receio morrer sem ler todos os livros que desejo.
Mas,o propósito dessas reminiscências é lembrar aos pais e professores o quanto a leitura é importante para o bom desenvolvimento da criança.
Nesta nossa era cibernética,do computador,da Internet,dos games e até mesmo dos livros digitais que estão surgindo – e-books,e-readers – cabe a nós fazermos com que nossos garotos não percam o interesse pelo bom livro impresso,seu conteúdo e sua magia.
O livro é o tapete mágico que nos transporta a mundos diferentes,que nos abre portas para outras culturas e pessoas diversas e nos faz compreendê-las.
A Literatura deve ser levada às crianças e adolescentes de uma forma fácil,interessante,para que possa ser entendida por eles.
Um adolescente me confessa detestar Machado de Assis;acho apenas que Machado lhe foi apresentado de modo errado.
Talvez esse interesse que não veio, tenha sido prejudicado pela leitura em português castiço,antiquado para a nossa época ou essa leitura tenha sido obrigatória e o garoto não pode captar a beleza desses livros.
Pois os temas são os mesmos desde o começo dos tempos:amor,solidão,ciúme,traição,família,interesses,escusos ou não;os personagens vivem até hoje em outros corpos;quem não conhece alguma Capitu,ou Bentinho,ou José Dias,ou Escobar,ou o Ayres?
São eternos, puxa!
Poderiam ser nossos vizinhos,amigos próximos,parentes até.
Uma coisa parece certa; se os pais têm o hábito de ler os filhos terão também.
Se a criança receber livros de presente e esses livros forem interessantes,adequados às suas idades e explicados de forma informal pelos pais e professores,com certeza estaremos formando futuros leitores.
No Brasil temos um probleminha; os livros não chegam à senzala,ou seja,crianças pobres de escolas públicas quase nunca têm acesso aos livros,principalmente porque o livro é caro para o bolso da maioria.
Porque não colocar um livro na cesta básica visando alimentar o espírito?
No meio de bolsa-escola, bolsa –família etc porque não criar o vale-livro,formar bibliotecas nas escolas e centros comunitários,estimular o contador de estórias ,discutir a leitura, “fazer o povo pensar”?
Porque não interessa aos donos do poder.Povo que pensa escolhe melhor seus governantes.

Esse texto lhe ajudou de alguma forma?

IMG:Busca Google



quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

COMO NASCERAM AS EXPRESSÕES POPULARES


TIRAR O CAVALO DA CHUVA


NA época colonial e,ainda hoje,no interior,o cavalo era o principal meio de transporte e o mais utilizado;o nobre animal tinha muitas vantagens,não enguiçava,não precisava de combustível,nem atrasava a viagem,pois,era controlado pelo dono.
Quando uma visita chegava á cavalo ,dava ao dono da casa o direito de perceber as intenções do chegante;se amarrasse o cavalo na frente da casa,a visita seria rápida.Tempo para um cafezinho com requeijão no Nordeste ou um chimarrão,no Sul.Agora,se o viajante procurasse abrigo para a montaria,aí,o bicho pegava;cavalo protegido da chuva,demonstrava permanência longa,de um dia ou mais.
Se o recém-chegado era gente boa,divertida,alegre,um bom papo,o anfitrião enlevado com o prosear,não queria deixar a visita ir embora.Os dias no campo são longos,as horas custam a passar e uma boa companhia faz toda a diferença.Sempre que o viajante fazia menção de ir embora,o dono da casa falava:compadre,tire o cavalo da chuva,ou seja,leve a montaria para um local fresco e seguro,pois,você vai demorar.
Com o correr dos tempos,a expressão mudou de sentido,passando a significar a desistência de um propósito qualquer,uma negativa ou admoestação.Muitos acrescentam uma ironia:-pode tirar o cavalinho da chuva,pois,isto você não vai conseguir.
IMG:Busca Google

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

UM POEMA DE JACK KEROUAC


O amor é o cemitério populoso da podridão.

O leite derramado dos heróis.

Destruição de lenços de seda pela tempestade de pó.

Carícia de heróis vendadospresos nos postes.

Vítimas de assassinatos aceitas nesta vida.

Esqueletos trocando dedos e juntas.

A carne trêmula dos elefantes da gentileza
sendo despedaçada pelos abutres.
Concepções de rótulas delicadas.
Medo de ratos espalhando bactérias.
A Fria Esperança da Gólgota pela Esperança do Ouro.

Úmidas folhas de outono contra o casco dos barcos.
As delicadas imagens de cola do cavalo-marinho.

Morte por longa exposição à desonra.

Seres assustadores encantadores ocultando seu sexo.

Pedaços da essência de Buda congelados

e fatiados microscopicamente em morgues do norte.

Pômos do pênis a ponto de semear.

Mais gargantas cortadas que grãos de areia.

Como beijar minha gata na barriga.

A suavidade de nossa recompensa.


O escritor Americano Jack Kerouac nasceu em Massachussets a 12 de março de 1922 e morreu em 21 de outubro de 1969;sua vida foi muito atribulada e destruída pelas drogas,pelo álcool e pelas sucessivas decepções com o mundo e a sociedade da época.Muito místico,esperava muito da humanidade e ,sempre insatisfeito,criou a literatura contestatória , foi um ícone da geração beat e um eterno crítico da “vida peripatética”.
Seus relacionamentos eram quentes e tumultuosos e sua maior obra “On the Road”,ainda vende bastante nos dias de hoje.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

OS BÚZIOS


OS BÚZIOS
Lindos e misteriosos os búzios sempre encantaram gerações;serviam de adereços e os grandes eram usados como buzinas,tanto em momentos sagrados ou profanos.Até serviram também de moedas chamadas jimbo,zimbo ou gimbo que ainda hoje é sinônimo de dinheiro em certas regiões.
Até nas sepulturas do período neolítico foram encontrados búzios demonstrando sua ancestralidade.
Os navegadores e pescadores trocavam saudações usando os búzios,que,também serviam para chamar o vento.Neste caso toca-se três notas distintas:tônica,quinta e oitava.
Nas feiras e mercados anunciavam a chegada do peixe fresquinho.
Seu chamado rouco e profundo congrega vizinhos,alerta sobre perigos e chegadas e aquele que não atendesse ao apelo dos búzios era considerado anti-social e reprovado por todos.
Nas religiões hindus a presença do búzio é necessária para os ritos;a çankha é uma concha marinha usada como trombeta que dá sinal para refeições e chamada para ofícios religiosos.
Dedicada ao deus Vichnu afasta os demônios e traz os deuses benéficos para o seio da comunidade.
Como os grandes búzios agora são raros,as pessoas estão preparando os chifres de bois para substituí-los;os vaqueiros os levam amarrados nas selas,quando vão campear as reses desaparecidas;o vaqueiro que primeiro a encontrar toca o “búzo” para avisar o sucesso.
Os babalaôs consultam os orixás jogando pequenos búzios numa peneira para ler a sorte, e deduzindo as respostas dos “encantados”pela posição que os búzios caem,se abertos ou fechados.
Os colares,pulseiras e demais adereços feitos com búzios agem como amuletos contra a má sorte.
Antigamente,era uso escorar as portas com grandes búzios que soavam avisando se uma fase ruim estivesse chegando.
“Homem vê criança
catando conchinhas no mar”,verso de uma canção de Elis Regina,mas,hoje eles estão rareando;nas praias das grandes cidades quase não são encontrados e as menininhas como eu,no meu tempo,não acham mais búzios para catar.


Fontes:Cardoso de Oliveira,José Américo,Luis Chaves,Getúlio César,Hans Staden
Leitor:informação e cultura você encontra aqui!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

CÃO FIEL!



Os donos daquele sitio sentiam-se em segurança..
Era uma propriedade grande na Estrada Velha do Aeroporto,zona meio insegura ,por ser muito afastada da cidade e com favelas ao redor.
Mas, tinha Fido.
Era um pastor alemão dócil com as crianças,mas,terrível para os inimigos.Seu tamanho e corpulência assustava.
Bem treinado,só comia o que os donos lhe davam portanto não corria o risco de “bolas”.
À noite era visto correndo a propriedade, atento a tudo,fuçando tudo,escorraçando gatos vadios ou vadios humanos.
Mas,um dia,deu a louca no Fido;era lua cheia e o cão pulou o muro e ganhou a rua.Estava tudo calmo àquela hora e a rua deserta;gatos vadios faziam sonetos ao luar.
O cachorro foi seguindo o muro da casa até chegar na esquina,sua velha conhecida;era lá que Joca,o filho do patrão,o levava para passear.
Encruzilhada é sempre complicado até para humanos decididos,mas,Fido,após pensar um pouco,dobrou à esquerda.
Caminhando sem aparente destino certo,chegou perto de uma grande casa com jardim,onde percebeu a presença de alguém do sexo oposto.
Todos os seus instintos afloraram e ele parou,observando.
Criando coragem tentou empurrar o portão do jardim;não conseguiu.Reparou no muro,muito alto,mas,isso era lá problema para um cão atlético,bom corredor e acostumado a pular muros?
Tomou distancia e...pronto:pulou facilmente o muro.
O que aconteceu lá dentro não vou contar porque não sou nenhuma mariazinha e não fico tomando conta da vida dos outros;mas,que demorou um bocado lá dentro,demorou.E que saiu com uma cara muito satisfeita lá isso saiu,sim,senhor...
Terminado o encontro,saiu pelo mesmo caminho e voltou prá casa.
No poste da esquina, deixou sua marca,sem culpa,pois aqui não é proibido fazer xixi na rua,ainda mais de madrugada.
Pulou o alto muro de sua casa,ágil,lampeiro,feliz,desafogado e começou sua ronda de todas as noites.
Dentro de casa,aconchegados,os donos dormiam despreocupados.

Gosta de cachorros?

Deixe seu depoimento!

IMG:Billie,meu cachorro de estimação

sábado, 20 de fevereiro de 2010

A DURA BATALHA DO ESCRITOR!



Você,leitor,senta-se na sua poltrona confortável e abre um livro.
Você terá, com certeza ,horas divertidas ou instrução garantida,uma viagem magnífica pela mente de outra pessoa e novos conceitos surgirão dentro de si mesmo, mudando idéias pré-estabelecidas e e trazendo novas maneiras de ver as coisas.
Esse pequeno objeto chamado livro pode mudar uma sociedade;e,já fez isso muitas vezes. O livro é também o seu amigo mais fiel;o livro é o cachorro impresso.

O trabalho do leitor termina ai;começou com a idéia da compra do livro,a decisão de fazê-lo,apesar dos altos preços praticados por livreiros e editores,a ida AA livraria,o prazer da degustação e escolha,a volta prá casa e,por fim,a leitura.
Se o autor for bom,você não para de virar a página;às vezes almoça de livro na mão,só o fechando quando a leitura acaba.
Que pena que terminou!
É como se um bom amigo,de conversa lúcida e agradável,de repente,partisse.Você já começa a ficar saudoso.
A gente sabe que um escritor é bom, dizia Salinger,quando o livro acaba e ficamos com vontade de telefonar prá ele.
O que o leitor comum não sabe é a verdadeira batalha inglória que é escrever um livro,no Brasil.
O autor desconhecido – e, todos começam assim –tem que se vestir de paciência e persistência para publicar sua obra.
Primeiro,o trabalho de parir um livro – como todo parto,doloroso -!
Nós inventamos um romance,ou uma crônica a partir daquilo que conhecemos e das experiências que tivemos,então escrevemos como se estivéssemos contando a estória para nossos filhos.
Depois,insistir com editores pouco ou nada acessíveis,muito mais dispostos em investir em “best-sellers” comprados a metro,do que apostar num autor novo que ninguém conhece.
A vantagem dos livros estrangeiros é que já vêm com uma larga publicidade, marketing e merchandising juntos,”trabalhando” o livro e ,aproveitando a mídia,impor o trabalho ao leitor.
–O brasileiro não lê,dizem eles.Editoras e distribuidores são negócios,como qualquer outro;como vamos perder dinheiro?
Ai,começa a” via-crucis” do autor;nenhuma editora o quer;ele trabalha duro,confia no seu taco,adora escrever,quer repassar suas experiências,modificar preconceitos,mas,esbarra na barreira dos custos.
Se pode,paga para ser publicado.
Tudo bem,uma batalha foi vencida,mas,a guerra está longe de terminar.
Pronto o livro,tem que vendê-lo.Como?
Publicidade,mídia eletrônica ou não,custa muito caro.Muitas livrarias não querem livros consignados.
Com a internet,abriu-se uma pequena luz no fim do túnel;podemos vender e divulgar nossos livros através de e-mails,blogs,sites,Google books, etc e o leitor passará a nos conhecer.
Por isso,caro leitor não se irrite se receber um e-mail assim;delete,não compre se não lhe convém (ainda é melhor que os antigos vendedores de porta- em –porta, de quem a gente custava a se livrar),porque para muitos escritores esse é o único meio de divulgar seu trabalho.
Como escritora recebo ou compro livros de muitos colegas e fico feliz de ver a qualidade dos seus trabalhos,a dedicação às letras que eles têm e,me entristeço ao pensar:-Que pena,trabalhos como esses se perdem e muitos jamais conhecerão.
E,com um riso amargo,me lembro que Balzac escrevia folhetins em papel jornal,H,G.Wells foi tapeceiro para sobreviver,Machado teve seus livros recusados diversas vezes e Shakespeare usava o teatro para divulgá-los.
E,se um golpe de sorte não os tivesse tirado do ostracismo?
Mas,não,não,me enganei nas palavras;foi uma dose de sorte,sim,porém,a palavra certa é persistência.
Eu procuro diariamente o leitor;ele pode não me dar bola,não comentar,não comprar meus livros,mas,quero me fazer presente sem ser chata,respeitando o direito do leitor que não quer receber e-mails evitando,sobretudo,spams,mas,tentando me fazer presente e mostrar meu trabalho.Agradeço o bom retorno que tive e tenho.
Como acreditava Hemingway,quando uma pessoa tem a habilidade de escrever e o desejo de escrever,não há crítico que possa causar danos ao seu trabalho se este for bom,ou salvá-lo se for ruim.
IMG:minha luta diária,no PC
Palavra do leitor:
23/02/2010 21:35 - Euripedes Barbosa RibeiroParabens minha amiga pela lucidez e contundencia deste texto. Vocesabe como ninguem a batalha que é publicar um livro neste país. E maisainda, divulgá-lo para que chegue até o leitor. Como autor anônimo, ouquase, espelho-me na sua determinação e vou publicar o meu livro sim.E correr atrás dos leitores. Da forma que me parecer viavel. BeijosMiriam. Tenha uma boa noite.
25/02/2010 00:40 - Menduina Prazer em conhece-la poetisa, lindo seu texto infelizmente o brasileiro não tem o hábito de ler, vim convidar a me visitar me dê esta honra beijos.
07/03/2010 13:22 - Helena Frenzel,Alemanha(p/mail)
E eu fico feliz por tu teres me encontrado! Recebi um email teu, oque me trouxe até aqui. Até agora estou gostando muito do que li. Seainda vivesse no Brasil, tentaria formar um grupo de escritores emontar uma editora própria, principalmente para aqueles autores que sóquerem ser conhecidos, que não pretendem viver da venda de livros,pelo menos não como renda principal. É difícil, eu sei. Me perguntocomo cada uma dessas grandes editoras começou... É que todo mundonasce pequeno, e depois cresce, não é mesmo? Acho a internet um meiode divulgação fantástico. A começar pelo poder que o produtor de bomconteúdo detém nas mãos. Acho que coisas boas se atraemautomaticamente, o bom conteúdo ao bom leitor e por aí vai. Bom, estefoi um primeiro comentário (espontâneo). Volto pra te ler mais. Gratapelo contato e pelo texto sobre o Dia Internacional da Mulher.Parabéns a ti também! Um abraço fraterno :-)

A DURA BATALHA DO ESCRITOR!

Você,leitor,senta-se na sua poltrona confortável e abre um livro.
Você terá, com certeza ,horas divertidas ou instrução garantida,uma viagem magnífica pela mente de outra pessoa e novos conceitos surgirão dentro de si mesmo, mudando idéias pré-estabelecidas e e trazendo novas maneiras de ver as coisas.
Esse pequeno objeto chamado livro pode mudar uma sociedade;e,já fez isso muitas vezes. O livro é também o seu amigo mais fiel;o livro é o cachorro impresso.

O trabalho do leitor termina ai;começou com a idéia da compra do livro,a decisão de fazê-lo,apesar dos altos preços praticados por livreiros e editores,a ida AA livraria,o prazer da degustação e escolha,a volta prá casa e,por fim,a leitura.
Se o autor for bom,você não para de virar a página;às vezes almoça de livro na mão,só o fechando quando a leitura acaba.
Que pena que terminou!
É como se um bom amigo,de conversa lúcida e agradável,de repente,partisse.Você já começa a ficar saudoso.
A gente sabe que um escritor é bom, dizia Salinger,quando o livro acaba e ficamos com vontade de telefonar prá ele.
O que o leitor comum não sabe é a verdadeira batalha inglória que é escrever um livro,no Brasil.
O autor desconhecido – e, todos começam assim –tem que se vestir de paciência e persistência para publicar sua obra.
Primeiro,o trabalho de parir um livro – como todo parto,doloroso -!
Nós inventamos um romance,ou uma crônica a partir daquilo que conhecemos e das experiências que tivemos,então escrevemos como se estivéssemos contando a estória para nossos filhos.
Depois,insistir com editores pouco ou nada acessíveis,muito mais dispostos em investir em “best-sellers” comprados a metro,do que apostar num autor novo que ninguém conhece.
A vantagem dos livros estrangeiros é que já vêm com uma larga publicidade, marketing e merchandising juntos,”trabalhando” o livro e ,aproveitando a mídia,impor o trabalho ao leitor.
–O brasileiro não lê,dizem eles.Editoras e distribuidores são negócios,como qualquer outro;como vamos perder dinheiro?
Ai,começa a” via-crucis” do autor;nenhuma editora o quer;ele trabalha duro,confia no seu taco,adora escrever,quer repassar suas experiências,modificar preconceitos,mas,esbarra na barreira dos custos.
Se pode,paga para ser publicado.
Tudo bem,uma batalha foi vencida,mas,a guerra está longe de terminar.
Pronto o livro,tem que vendê-lo.Como?
Publicidade,mídia eletrônica ou não,custa muito caro.Muitas livrarias não querem livros consignados.
Com a internet,abriu-se uma pequena luz no fim do túnel;podemos vender e divulgar nossos livros através de e-mails,blogs,sites,Google books, etc e o leitor passará a nos conhecer.
Por isso,caro leitor não se irrite se receber um e-mail assim;delete,não compre se não lhe convém (ainda é melhor que os antigos vendedores de porta- em –porta, de quem a gente custava a se livrar),porque para muitos escritores esse é o único meio de divulgar seu trabalho.
Como escritora recebo ou compro livros de muitos colegas e fico feliz de ver a qualidade dos seus trabalhos,a dedicação às letras que eles têm e,me entristeço ao pensar:-Que pena,trabalhos como esses se perdem e muitos jamais conhecerão.
E,com um riso amargo,me lembro que Balzac escrevia folhetins em papel jornal,H,G.Wells foi tapeceiro para sobreviver,Machado teve seus livros recusados diversas vezes e Shakespeare usava o teatro para divulgá-los.
E,se um golpe de sorte não os tivesse tirado do ostracismo?
Mas,não,não,me enganei nas palavras;foi uma dose de sorte,sim,porém,a palavra certa é persistência.
Eu procuro diariamente o leitor;ele pode não me dar bola,não comentar,não comprar meus livros,mas,quero me fazer presente sem ser chata,respeitando o direito do leitor que não quer receber e-mails evitando,sobretudo,spams,mas,tentando me fazer presente e mostrar meu trabalho.Agradeço o bom retorno que tive e tenho.
Como acreditava Hemingway,quando uma pessoa tem a habilidade de escrever e o desejo de escrever,não há crítico que possa causar danos ao seu trabalho se este for bom,ou salvá-lo se for ruim.


COM A PALAVRA O LEITOR:

26/02/2010 19:00 - Tércio Ricardo Kneip,escritor
Fantástico. Sempre digo na minha livraria de livros usados que "olivro é o melhor amigo do homem, mas o cachorro levou a fama" e avariante nesse texto é excelente. Aquele abraço extensivo ao povo daBahia.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

GREGÓRIO DE MATOS GUERRA,O "BOCA DO iNFERNO"

A BAHIA DE GREGÓRIO DE MATOS



O POETA



CONSIDERADO por Glauber Rocha “gênio da raça”e estudado pelos maiores e mais renomados intelectuais baianos,Gregorio de Matos,continua tão enigmático hoje,como há 400 anos atrás,quando nasceu na Bahia considerado um dos mais importantes poetas seiscentistas. Por seus versos virulentos e ferinos,versos que apesar da Inquisição ,nunca economizaram o lombo dos poderosos e do clero,,era um poeta maldito,execrado pelos moralistas,uma espécie de bruxo-exu-guia das letras nacionais,principalmente as malcomportadas,no dizer de seu biógrafo Higino Barros.
Apesar de nascido em 1636 e morrido em1695,no Recife,o poeta continua tão atual pois nos tempos de Arrudas e mensalões ,políticas globalizantes,neoliberalismos e especuladores irresponsáveis,sua obra continua a espelhar a sociedade,com tanta propriedade,como se ainda estivéssemos no século em que viveu. A dificuldade de se reunir a obra de Gregório de Matos é que ele não deixou nada escrito e sua obra é quase toda focada na tradição oral.
Da sua vida,sabe-se pouco.Nasceu na Bahia em 23 de Dezembro de 1632,embora a data seja contestada por Pedro Calmon,que apostava no dia 20;sua família,de raízes portuguesas fez fortuna no Brasil,depois de deixar a Corte,graças ao seu avô,Pedro Gonçalves de Matos,que desembarcou aqui como mestre de obras,uma espécie de empreiteiro,enriquecendo rapidamente com a construção de quartéis,fontes e ladeiras.Era também,o único dono de um guindaste novo,para transportar mercadorias da cidade baixa para a alta.Some-se a isso,os engenhos da cana com 130 escravos,a fazenda de Inhambupe,atochada de gado e tem-se uma vaga idéia da posição social e econômica da família.
O pai do poeta,Gregorio de Matos,casou-se com Maria Guerra e teve cinco filhos,os mais conhecidos,o Padre Eusébio de Matos,famoso orador sacro e o nosso poeta,que de sacro e temente a Deus e á Igreja,não tinha nada. O pai só aumentou os bens da família e,seus filhos foram estudar em Portugal,na Universidade de Coimbra,ninho de todos os brasileiros ricos da época.Gregório estudou leis e casou-se com D.Michaela de Andrade,já magistrado e com uma boa posição.Ficou viúvo aos 42 anos e voltou para a Bahia como desembargador e ,agora,clérigo tonsurado,padre de batina e tonsura.
Parece que a entrada na vida religiosa foi uma jogada de mestre para conseguir o que queria,pois,mal aportando aqui,jogou a batina ás baratas,e,aconselhado por um amigo a viver de acordo com a Igreja,respondeu:”que não podia votar a Deus o que era impossível cumprir dado ao seu temperamento e fragilidade de sua natureza.” Meteu-se em brigas políticas,angariando inimigos e,enquanto seus amigos batiam-se em duelos com espadas,ele achincalhava os adversários com sua pena virulenta e temerária.O que é pior?Matar um homem ou reduzi-lo ao ridículo?Decidam vocês!
Teve mesmo que fugir para o Recôncavo,mas,voltou com a pá virada,transformado no cronista picaresco da cidade.Casou-se com uma viúva pobre,porém,a mais linda moça do lugar,D.Maria dos Povos,por quem era apaixonado.Teve um filho chamado Gonçalo, como vingança por uma desavença domestica para provar que “em casa em que não manda a galinha é porque manda o galo.”Mas,o casamento não o domou.Apesar de racista,meteu-se com negras e mulatas,lundus,modas de viola(andava prá todo lado com uma viola de cabaça que ele mesmo fez,para ganhar os bons favores das negras e mulatas jeitosinhas dessa terra.
Um milagre a Inquisição nunca tê-lo pegado,pois,seus alvos favoritos eram as freiras,os padres e o Papa e chegou a rimar Jesús com cús.
Tantas aprontou que,para não ser morto,seu amigo,o governador D.João Lencastre o despacha para Angola.num exílio forçado.Lá meteu-se em confusão,um motim e teve que ser repatriado,dessa vez para Pernambuco,proibido de fazer versos,onde morreu em 1696. Os poderosos,sossegaram;pois,o “Boca do Inferno,não alisava ninguém,e,dizem,foi o precursor do Tropicalismo,pois, seu escritório de advogado, era adornado com bananas e frutas tropicais,mais tarde considerado como símbolo de identificação cultural brasileiro(modernismo,tropicalismo,Carmem Miranda). O fato é que foi progressista demais para sua época;um artista livre,consciente de seu dom e do poder dos seus versos.Uma mais completa tradução do barroco baiano,de origens portuguesas,porém,plantado no Brasil. Eis uma amostra dos seus versos: Descreve o que era ,naquele tempo,a Cidade da Bahia(mas,serve também para o Brasil de hoje)


A CADA CANTO UM GRANDE CONSELHEIRO


QUE NOS QUER GOVERNAR CABANA E VINHA


NÃO SABEM GOVERNAR SUA COZINHA


E PODEM GOVERNAR O MUNDO INTEIRO.



EM CADA PORTA UM FREQUENTADO OLHEIRO


QUE A VIDA DO VIZINHO E DA VIZINHA


PESQUISA,ESCUTA,ESPREITA E ESQUADRINHA


PARA A LEVAR Á PRAÇA E AO TERREIRO.



MUITOS MULATOS DESAVERGONHADOS,


TRAZIDOS PELOS PÉS OS HOMENS NOBRES,


POSTAS NAS PALMAS TODA A PICARDIA.



ESTUPENDAS USURAS NOS MERCADOS,


TODOS OS QUE NÃO FURTAM, MUITO POBRES,


E,EIS AQUI,A CIDADE DA BAHIA.


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

CAIA NA (NO) REAL


CAIA NA (NO) REAL!
“O dinheiro compra o cão,o canil e o abanar do rabo.”
Millôr Fernandes
Passado o Carnaval,folia,esquecimento dos problemas,o pais volta a funcionar.
Descobrimos que os problemas não sumiram,estavam apenas ocultos sob as fantasias e,passado o “óblivion”,voltaram,talvez com mais força,a assustar a população.
Saúde e dinheiro,sempre constituem nossos maiores problemas.
A falta da saúde financeira,além de outros transtornos,causa muitas vezes a falta da saúde física,ou agravam os problemas existentes,trazendo o desânimo,a intranqüilidade,a frustração,o stress.
Pois, remar contra a maré é dose,meu amigo e,aquela sensação de que cada vez sobra mais mês no fim do nosso dinheiro é de arrepiar!
Ano passado, escrevi uma série de artigos sobre como se conduzir com o dinheiro,contando apenas minhas experiências nesse campo tão árido,principalmente porque já passei um longo tempo de vacas magras e sei o quanto isso nos custa,num pais capitalista em que as pessoas valem pelo que têm,nunca pelo que são.
Sempre,desde adolescente,fiz um orçamento e planejamento de gastos;aprendi com meu pai,homem sábio e contido,que gostava de coisas boas como todo mundo,mas,sabia o que e quando comprar.
Penso que Economia deveria ser uma matéria estudada nas escolas desde cedo.Os brasileiros não sabem poupar e muito menos controlar gastos.
O crediário fácil, descontrolado,os juros na estratosfera debilitam a vida econômica de qualquer um.
A madame quer uma geladeira,desejo justíssimo,mas,ao escolher o produto só pensa nas parcelas a pagar,sem,sequer imaginar que os juros embutidos fazem com que pague às vezes,três geladeiras em vez de uma.
E o mercado feito com cheque ou cartão?
Dividido em – digamos – três vezes, no mês seguinte é necessário repetir a compra, e outra e outra e depois?Como controlar a bola de neve que foi gerada com esses gastos?
O brasileiro é caloteiro pela própria natureza?
Duvido!
Mas, é desinformado!
Faltam políticas públicas que orientem o povo e o livre das armadilhas do consumo.
Por causa disso, vejo com bons olhos a Campanha da Fraternidade desse ano,ecumênica e voltada para a Economia.
Antes,a política da Igreja era :”O dinheiro não é tudo!”
Assim,mantinha o povo passivo,esperando o Céu,enquanto os donos do capital lavavam a égua.
Certo,o dinheiro não nos livra de envelhecer,ou de ficar doente,ou de perder alguém que se ama;mas,com a falta do dinheiro necessário,tudo isso seria pior.
Talvez os brasileiros possam separar o que é de Cesar e o que é de Deus.
Lembrem-se: Deus é brasileiro,mas,o diabo é capitalista!E o capital não tem pàtria;por isso,tantos dos nossos políticos vendem a sua por menos de trinta dinheiros.
O que vc achou deste artigo?Ajudou?
IMG:Busca Google
Palavra dos leitores:
Realmente. Vem em muito boa hora a Campanha da Fraternidade, agora eucumênica, com o tema da economia. Que através dela, os nossos mandantes possam refletir sobre a ganancia que nos assola. É inconcebível que o nosso dinheiro seja tão mal remunerado: cerca de 0,5% ao mês, enquanto os bancos e financeiras cobram mais de 350% de juros ao ano. Um artigo pertinente e esclarecedor. Meus parabéns. Beijos Miriam. Uma boa tarde.
Em 18 de fevereiro de 2010 09:49, Eurípedes Barbosa Ribeiro escreveu.
José Claudio para mim mostrar detalhes 18 fev (2 dias atrás)
E você ainda pergunta se ajudou? Vou é divulgá-lo. É muito didático , pedagógico e nada econômico em lições de parcimônia financeira. Obrigado, querida! Abração. Paz e bem.
Uma frase (excerto de um poema) de Victor Hugo:
"Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,Porque é preciso ser prático.E que pelo menos uma vez por anoColoque um pouco deleNa sua frente e diga "Isso é meu",Só para que fique bem claro quem éo dono de quem."

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

COMO SER UM ESCRITOR BADALADO!



Muita gente quer fazer sucesso como escritor; mesmo aqueles que esnobam a “Deusa-Cadela”, como D.H, Lawrence, chamava a gloria literária, no fundo, no fundo, quer ter seu talento reconhecido e aceitaria de bom grado o beijo da fama. Pensando nisso, reuni algumas dicas para todos aqueles que,um dia,querem estourar nos “Mais Lidos” da Veja e quiçá tomar o “Five o´clock tea” como os velhotes da Academia.
1_Escreva de modo empolado, usando muito latinório e um português castiço do tempo de Camilo, um texto de tal forma hermético que só você e Deus entendam, se Ele algum dia se der ao trabalho de ler.


2_È necessário aparecer, freqüentar desde sofisticadas reuniões sociais até bailes funks e sessão de descarrego das igrejas alternativas; basta um desses pastores recomendarem você ou um pilar da sociedade comentar sobre sua obra com um desses jornalistas boiolas, que sempre aparecem para filar um Johnnie Walker gratuito e você já percorreu um quarto do caminho em direção á fama.


3_Seus cartões de visita: não saia de casa sem eles. Entregue para toda gente,sem esquecer de colocar ESCRITOR,no lugar da profissão;água mole em pedra dura...


4_Escreva para todas as editoras, enviando seu trabalho, sem se esquecer de mandar flores para a mulher do editor, parabenizá-lo no seu aniversário e levar-lhe um bom vinho de presente; algo bom, você tem que mostrar bom gosto e provar que não está necessitado.


5-Ah, o prefácio!Você tem que ter um, de preferência escrito por um autor que nunca lhe viu, mas, sempre te amou depois que você entregou a bagatela de $5000 reais ao dono da editora á titulo de gratificação, por ele ter se debruçado sobre suas mal traçadas.


6-Uma pitada de sexo não fará mal á sua obra, quanto mais picante melhor; veja o sucesso da Bruna Surfistinha, você não está morrendo de inveja?Confesse!


7-Fale sempre sobre seu livro com qualquer pessoa, aonde for; diga como é interessante e quantas pessoas já leram, além de você e sua mãe, é claro. Certamente a boa senhora será a primeira compradora,e,ainda vai financiar a beca da “Noite de Autógrafos”,mais aterrorizante que a noite de núpcias;lá,você só teria que agradar a um.


8-Se você se ver com milhares de exemplares da sua obra do século, encalhada no seu corredor, não se desespere; arrume amizade com um dono de sebo ou doe sua obra para bibliotecas do interior, quem sabe um dia, você desponta; você já estará morto, mas, gloria é como liberdade: antes tarde do que nunca.


9-Se tudo der errado fique amigo do Ministro da Cultura e arranje “uma boca”, nas publicações oficiais; você pode, por exemplo, escrever os discursos de Lula; quem sabe, ganha uma bolsa em Harvard?


10-Não desanime; lembre-se que, os maiores escritores do mundo, só foram reconhecidos “post-mortem”. Você chegará lá!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

MARCHA DA QUARTA-FEIRA DE CINZAS...


"Depois do Carnaval as pessoas não se encontram,se batem"

Mirokca



Composição: Vinicius de Moraes / Carlos Lyra
Acabou nosso carnaval

Ninguém ouve cantar canções

Ninguém passa mais brincando feliz

E nos corações
Saudades e cinzas foi o que restou
Pelas ruas o que se vê
É uma gente que nem se vê
Que nem se sorri
Se beija e se abraça
E sai caminhando
Dançando e cantando cantigas de amor
E no entanto é preciso cantar

Mais que nunca é preciso cantar

É preciso cantar e alegrar a cidade
A tristeza que a gente tem

Qualquer dia vai se acabar

Todos vão sorrirVoltou a esperança

É o povo que dança

Contente da vida, feliz a cantar

Porque são tantas coisas azuis

E há tão grandes promessas de luz

Tanto amor para amar de que a gente nem sabe
Quem me dera viver pra ver

E brincar outros carnavais

Com a beleza dos velhos carnavais

Que marchas tão lindasE o povo cantando seu canto de paz

Seu canto de paz

Autores:Vinicius de Moraes/Carlinhos Lyra

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

QUEM AVISA,AMIGO É...



Os cidadãos abaixo relacionados são considerados os pilares de suas nações,os motores que movem o mundo,os mais bem sucedidos do planeta.
Descobriram o segredo de fazer dinheiro,muuuito dinheiro,têm o chamado “toque de Midas”.
Ei-los:
$Charles Schwab:presidente da maior companhia siderúrgica do mundo;morreu na miséria.
$Richard Whitney:presidente da maior companhia de gás;preso,só foi libertado às portas da morte.
$Howard Hopsor:presidente da Bolsa de New York;morreu num hospital psiquiátrico.
$Arthur Cooton:o maior especulador de trigo;morreu no estrangeiro,insolvente.
$Casaro Rivermore:chamado o” Grande Urso” de Wall Street;suicidou-se.
$Ivan Bulger:cabeça de um enorme império mundial;suicidou-se.
$Os principais banqueiros brasileiros ainda estão vivos;mas,um dia chegam lá.
O que você
está fazendo ai,cara – pálida,sentado nesse escritório,fazendo contas,que não vai para a Avenida pular,cantar,relaxar,beijar,tomar todas,soltar as frangas?
Pois é,quem não ouve conselho,ouve:coitado!!!

domingo, 14 de fevereiro de 2010

O BRASIL,VISTO PELOS HUMORISTAS


O PAIS DO CARNAVAL
MAX NUNES
O Brasil tem 8 milhões e 525 mil quilômetros quadrados de superfície.É um bocado de terra.Terra prá ninguém botar defeito.Mas,não tem vaga pro meu carro.Dentro do Brasil dá prá estacionar a Inglaterra com o Big Ben,a rainha e Lady Di;dá prá estacionar a Alemanha,a Bélgica,a Grécia com todos os zorbas e mais o arroz à grega,a Itália com todos os seus papas e mais o Pavarotti,a França com os seus diversos queijos e mais os ex-maridos de Brigitte e a Argentina com a sua invejável coleção de tanguistas de porre e mais todos os discos de Gardel – mas,não tem vaga pro meu carro.
Carnaval!Como aparece espaço no Carnaval!Tem espaço para bloco,prá rancho,prá desfile de escolas de samba cada uma com mais de dez mil passistas e não sei quantos bicheiros –mas,não tem vaga pro meu carro.E, o Brasil,insisto tem 8 milhões e 525 mil quilômetros quadrados!
Agora vejam o meu azar;se o Brasil,além desses km quadrados,tivesse apenas mais um metro,já tinha vaga para meu carro!



Texto retirado do livro"Uma pulga na Camisola" ,de Ruy Castro

sábado, 13 de fevereiro de 2010

ABC DO CARNAVAL...


ABC DO CARNAVAL
ALEGRIA: esta reina soberana.
BLOCO:sem eles,como brincar na rua?
CONFETE:pedacinhos pequeninos de saudade
DIDÁ:a banda de percussão formada por mulheres arrasa no Pelô
ENTRUDO: assim começou o carnaval
FOLIÃO,FOLIÃ:os donos da festa
GARGAREJO:era a turma que saia da prisão na quarta-feira de cinzas
HAROLDO BARBOSA:presença
IMPÉRIO SERRANO:desfilando na Marquês,é luxo só
JAMELÃO:inesquecível
KANANGA:inícios do Carnaval do Rio
LIBERDADE:bairro negro de
Salvador onde nasceu o ILÊ AYIÊ
MARCHINHAS:o som da festa
NOEL ROSA: O MAIOR DE TODOS
O:ô abre alas que eu quero passar...
PASSISTAS:das escolas de samba;evoluções na avenida
QUE QUE VOU DIZER LÁ EM CASA:bloco dos casados impenitentes
Rei MOMO: soberano do carnaval
SERPENTINA:tiras coloridas nas ruas e salões
TRIO ELÉTRICO:a maior invenção do carnaval
UNIÃODA ILHA:tem seu lugar na Sapucaí
VILA ISABEL:berço do samba
XAMÊGO:NÃO PODE FALTAR.
ZAZÁ: marchinha de sucesso

PALAVRA DO LEITOR:Oi Amiga, lindo e verdadeiro demais. Carnaval são três dias de alegria e o ano inteiro de trabalho. Abraços Ana Zélia

16/02/2010 11:57 - Juli Lima

Bom dia! APLAUSOS mil! Parabéns pela criatividade! Bj poesia

16/02/2010 12:30 - DuseptCriativo o abecedário e mais do queconvidativa a foto. Para os mais jovens é claro!rsrsr Parabéns,Miriam!!!Abraços

16/02/2010 12:13 - Silvanio AlvesUma bela forma de descrever o carnalval! Parabéns!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

ACONTECEU NO CARNAVAL!...


ACONTECEU NO CARNAVAL!...
O camarote elegante, naquele hotel em Ondina ,estava lotado.Cheio de artistas globais,piriguetes,made in periferia,mas,com cara de colunáveis ,empresários de moringa cheia,balançando mais que navio em tempestade e velhas senhoras ultrapassadas,fingindo de brotinho e mostrando ,sem querer,as mal disfarçadas pelancas.Além dos gays,é claro;sem eles,nenhum camarote se sustenta.
Repara naquela madame,ali ,de nome comprido,apesar de ser ainda muito cedo,já tinha tomado todas,porém,o cavalheiro que a cumprimentou:-Oi! - estava ainda pior,pois,sendo assessor de político,nesses tempos brabos em que eles andam em baixa, e até vão presos,tinha mesmo que soltar as frangas,descontrair,para não endoidar de vez.
A velhota não devia ser mulher de oi,pois,olhou o sujeito meio atravessado e não respondeu ao cumprimento.
Mas,o tipo achando que não foi ouvido,descambou atrás dela,caindo e levantando e falou:
-Feliz Carnaval prá você!
Contrafeita,a mulher respondeu:
-O mesmo lhe desejo.
O homem sorriu,pegou uma taça,derramou um champanhe e ofereceu.
-Vira essa ai para soltar a alegria...
-Você já bebeu um bocado(hic);não tá na hora de parar?
-Êpa,pára esse papo cabeça.Parece conversa de mulher casada.
-Acontece que eu sou casada.
-Caramba,eu também,pô!Deu um soluço de bebum,- hic,hic- e ficou balançando o corpo prá lá e prá cá,como macumbeiro em transe.Sou um bocado casado;desde 1975,sacou!?
-Ora essa,eu também...Qual é o problema?
-Que puta coincidência,né?O Carnaval tem dessas coisas,a gente encontra caras que não vê a uma cara...Riu,satisfeito com o trocadilho infame. - Puta merda!
-Mas,me diz,você casou naquele convento enooorme,cujo aluguel do espaço deixa a gente limpo?
-Foi.Os bem-nascidos casam ali,né?Disse orgulhosamente_.
-Verdade,falou entornando um copo ,dessa vez de chopp.Também casei ali.E,pensativo:-Quanta coincidência!Não me diga que sua lua de mel foi em Paris...
-Claro,e viajei pela Varig.
_Puxa,eu também.Quase toda a gente passa lua-de-mel em Paris.
E,meio desanimado-Como se isso valesse prá alguma coisa...
Ela pareceu despertar de um sonho e aceitou o canecão de chopp que ele lhe ofereceu;já estava prá lá de marrakech,como diria o mano Caetano,mas,foi em frente.
Falou prá ele,a voz engrolada,meio triste:
_A lua-de-mel não depende do lugar; e,completou,filosofando:-Depende mesmo é do casal...
O cara deu um risinho e explicou:
-Minha mulher sempre diz isso...
Agarrou dois canecões que encheu de chopp,oferecendo um prá ela.
Mas,a mulherzinha já tava mudando o rumo da prosa.
-Olha aqui,Pauleta,você já bebeu demais.Vambora...
E agarrando um cambaleante marido o carregou prá casa.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O ALBATROZ AZUL



Ninguém sabe...
Folgo em saber que o meu querido João Ubaldo voltou à sua melhor forma.
Falaria assim mesmo,de um jeito antiquado e empolado o barbeiro Nascimento,morador da Ilha de Itaparica e personagem do livro supra-citado.
O “Albatroz Azul”,novo livro de Ubaldo é um livro solar,com cores,tons,cheiros e linguajar da Ilha de Itaparica,onde passei meus veraneios de sonho.
Li.de supetão,assim que abri não consegui mais largar,sofregamente,bebendo nas suas páginas a sabedoria popular,tão abundante naquelas plagas,como nos cerrados e no sertão.
O autor cria diálogos divertidíssimos,usando ditados e chistes populares,que estão sempre na boca do povo.Tais como:” Marido velho com mulher nova ou corno ou cova.”
“O médico te limpa o corpo,o padre te limpa a alma e o advogado te limpa os bolsos”
Os personagens,deliciosos,vão surgindo ,canhestros,cheios de cerimônia,como a gente pobre da ilha;Tertuliano Jaburu,macho bastante para recusar posição e fortuna indignamente concedida, babando com o nascimento do neto,cujo nome escolheu dentro de todos os preceitos;o Gato Preto,seu amigo de infância,o Seu Zé Honório,de duvidoso passado e a toda poderosa Iá Cencinha,que se arvorava em senhora do destino de todos.
O livro é sobretudo, despretensioso.E fino.”Ninguém mais lê livrão”,justifica o autor.
E,quem sabe,diz muito em poucas palavras.Ou poucas escritas.
Através de Tertuliano,um personagem que tem vida(parece que o conheci)ganhamos uma visão nova da morte e da vida.
Começamos a cortejar velhos valores,a prestar atenção nas coisas cotidianas,pelas quais passamos sem enxergar.
É um livro filosófico?Talvez...Eu diria que é um livro maduro.Mas,é acima de tudo,humano!
O que nos impede de olhar para o céu, procurando o albatroz azul?Quem disse que ele não existe?
Veja quem tem olhos de ver e ouça quem tem ouvidos de ouvir...
Ubaldo tem 68 anos,eu 67 e é ai que a gente começa a ter uma nova visão das coisas,a prestar atenção,a valorizar cada momento vivido,mas,sem traçar planos.
“O homem que conhece a arte da vida deve sempre virar ao contrário o que lhe dizem,para ver se o certo não é esse contrário,de acordo com a realidade.”
Esse pequeno trecho do livro mostra que nós sabemos todas as sabedorias; mas,muitas vezes,não as reconhecemos.
O Albatroz Azul
Autor:João Ubaldo Ribeiro
Editora:Nova Fronteira
Palavra do leitor:
22/02/2010 07:30 - Milla PereiraExcelente resenha, Miriam. Adoro João Ubaldo, suas crônicas e td oque escreve,mas nao li este ainda. Vou sair e comprar assim q ocomercio abrir.Um lindo dia. Beijos, Milla
21/02/2010 21:14 - EDNA LOPESfico tão feliz em saber disso.. vou correndo ler pois amo a boa prosado nosso João.O último que li o Diário do farol, não achei graça..beijo, saudades ...
21/02/2010 21:35 - Norma Suely FacchinettiMiriam, excelente resenha e sugestão. Vou comprar para ler. Beijos,querida.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

UM LULÚ DE ESTIMAÇÃO!



Não há harmonia mais perfeita do que entre uma pessoa e seu cachorro; eles nos amam,nos entendem,nos percebem.Não fazem perguntas,nem exigências.Copiam até nossos temperamentos:donos dóceis e amistosos,cachorros,idem;donos agressivos,cachorros agressivos;eles gostam e fazem festa para nossos amigos e arreganham os dentes para qualquer desconhecido que se aproxime.
Bob,o fox-terrier de Lalá não era diferente.Foi-lhe presenteado pelo noivo,o Dr.Eulálio,hoje seu marido, e, criado como filho pelo casal,que aliás,há exatos dois anos esperava a visita da cegonha,mas a distinta senhora não aparecia e o Bob continuava reinando soberano.
Há muito, a lua de mel estava indo para a minguante e a vida de Lalá era um tédio só.
Livre da rotina caseira pela fortuna e posição,passava o dia lendo romances melosos e sonhando com amores avassaladores,daqueles que literalmente levam á loucura.
Foi passeando no parque que conheceu Geninho, moço alegre,riso bonito,afável e,com um bigodinho á La Errol Flynn,simplesmente irresistível.
O moço tinha fama de namorador, mas,Lalá saía pouco e nada sabia de fofocas de bairro.
O romance começou tão logo trocaram os primeiros olhares; em poucos dias,com muito cuidado,Geninho era introduzido na honrada casa do Dr.Eulálio,enquanto este mourejava no Ministério das Relações Exteriores,confiante como uma freira. Soubesse lá ele a qualidade das relações interiores que se passavam na sua cama e as coisas se complicariam muito,já que ele não parecia homem amante de chifres.
No princípio, o problema foi Bob;
todas as vezes que o Geninho entrava,ele enlouquecia:rosnava,ladrava alto,num desespero que acordava a rua toda;não contente com isto,avançava no Geninho,mordendo-lhe as pernas e rasgando-lhe as calças da moda que á mãe tanto custava comprar.Essa estória tinha que acabar ou o cachorro poria o caso no mato.
À custa de muitas guloseimas, carinhos feitos á medo e da constância das visitas,Bob acabou por se acostumar com o rapaz;passou dos latidos irritantes ás festas que nossos cachorros fazem ás pessoas queridas dos seus donos.
Tudo ia ás mil maravilhas, não fosse o capricho das mulheres;pois,a Lalá meteu na sua cabecinha linda e oca,que,marido e amante tinham que ser amigos;ela precisava disto,era como se o marido abençoasse essa situação,como se ele desse o “nihil obstant” a essa pouca vergonha:amava os dois e não queria perder nenhum.Eis como funciona a cabeça de algumas mulheres.
Lalá era rápida do pensamento á ação; numa festa no Ministério,passou um convite ao amante e,aproveitou para apresentá-lo ao marido;trocaram dois dedos de prosa,formou-se um grupo de colegas do doutor e este aproveitou para convidar os amigos para o jantar que daria no aniversário da esposa,daí há quinze dias.O Geninho,claro,foi incluído no convite.
O dia festivo chegou, jantar para vários íntimos,o doutor conversava animadamente com seu amigo Paulo Miranda,quando chegou,elegante como um modelo,o nosso Geninho.Ao avistá-lo,Bob,penteado,lustrado e embonecado,atravessou correndo toda a sala,como um bólide e veio lamber,pular nas pernas e afagar o Geninho,como só os cães sabem fazer com os amigos mais queridos e íntimos da casa.
Num átimo ,o doutor compreendeu o que todos já sabiam.Corrido de lá como um bandido,o Geninho,envergonhado,mudou de cidade,embarcando para o Rio,no primeiro vapor.Quanto a Lalá,expulsa de casa naquela mesma hora,nunca mais se soube dela.
Caro leitor,esse espaço é seu.Dê sua opinião!
IMG:GOOGLE

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

AVATAR,O FILME!


AVATAR!
Esse você tem que ver duas vezes!Estou falando de Avatar,o novo filme de James Cameron,escrito e dirigido por ele,e,que vai revolucionar o mundo do cinema.
Uma vez,para ver o filme,entender sua mensagem,belíssima,ouvir a música e descobrir a forte crítica ao militarismo e ao capitalismo selvagem,na forma de parábolas,como aliás,Cristo,um outro avatar,fazia.
Outra,para prestar atenção nos efeitos especiais,na beleza plástica,no colorido,no despertar da consciência,através da música I SEE YOU! –eu vejo você! –sim,porque não vemos os outros e,só,nossos próprios interesses.
O filme já ganhou 1 bilhão de dólares e já foi visto por milhões de pessoas;para mim,isso significa um basta.Nós,os humanos estamos cansados de impérios militaristas,de selvageria econômica,de desrespeito às minorias e estamos sonhando – sonhando ,sim,com mudanças -.
Estamos cansados de epítetos como “eixo do mal”,terroristas,inimigos,pois,sabemos no fundo da nossa consciência quem são os verdadeiros anti-cristos;cansados de genocídios,como o da Palestina,perpetrado diante de nossos olhos,cansados da ganância e das mentiras que se propagam sobre países como o Iraque,apenas,porque se queria o petróleo deles e o domínio do mundo árabe.
Parece que eu e o Cameron,nos cansamos disto,você,não,cara-pálida?
Prefere viver de ilusões?
A luta do povo Na’vi na defesa do seu território,a disparidade de forças militares para enfrentar um povo desarmado,vocês não se lembram de nada disto acontecendo por aqui?
Então,vão ver o filme e desbloqueiem suas consciências.
A mensagem final é preciosa!
Todos os clãs se unem para defender os na’vi sob ameaça;ninguém achou que não era com eles.
Se os humanóides podem,porque nós,os “homo sapiens” não podemos?
Ficha técnica:
Filme: Avatar
Roteiro e direção:James Cameron
Gênero: ficção científica (exibido também em 3D)
Elenco:Sam Worthington
Sigourney Weaver
Zoë Saldana
Michelle Rodriguez
Stephen Lang
Fala o leitor:
16/02/2010 09:02 - Teresapraia
hummm..ainda não vi este filme não...agora te lendo já fiquei maismotivada...bela resenha...gosto de resenhas assim, colocando suasimpressões pessoais...valeu..Beijo grande!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

ANTIGOS CARNAVAIS!...

Negros no carnaval da Bahia O entrudo



Charles Darwin,quem diria,acabou no Carnaval da Bahia.Pois é,em 1832,quando por cá passou trazido pelo navio HMS Beagle,o cientista inglês que mudou alguns conceitos científicos,aventurou-se,numa segunda-feira de Carnaval,na região do Comercio e passeou no meio da folia;que,nesta época,chamava-se entrudo e não tinha música.
A cantoria do Carnaval ficava por conta dos negros,que tinham uma festa á parte.Os confetes e serpentinas só surgiram em 1840,quando os bailes de máscara passaram a ser importados da Europa,pelos ricos.Mas,voltemos ao entrudo.
A elite branca saía ás ruas portando limões de cheiro ou laranjinhas,nome que davam a bolas de cera cheias de líquidos perfumados com alfazema ou patichuli,preparadas para serem atiradas uns nos outros,como forma de diversão.Porém,indivíduos de maus bofes,que sempre existiram,acabavam por encher as laranjinhas com urina e outros líquidos mal cheirosos,o que ,ás vezes gerava muita briga.
Além de se verem molhados com o conteúdo das tais bolinhas de cera,os foliões ainda tomavam banho de farinha,ficando semelhantes ao frango á milanesa,uma bagunça total.Todos eram atingidos,mas,as mulheres e crianças,sofriam mais.
Os estrangeiros,também,é claro,por isso Darwin e os oficiais que os acompanhava,deviam ter voltado ao navio devidamente lambuzados e,provavelmente praguejando á moda inglesa contra a barbárie desta terra.
Este era o carnaval dos brancos,mas,os negros arriscavam o seu ,também,quando se dirigiam ás inúmeras fontes da cidade,pela manhã ou á noitinha, para buscar água.Faziam batuques,o samba reinava soberano entre os negros forros e os cativos,que dançavam cobertos de suor,as negras com os seios de fora,devido ao calor,os corpos de ébano brilhando ao sol;e,tome ritmos:o corta-jaca,o lundu,o bate-baú,precursores do bom samba de Donga e Jamelão.
Não havia um carnaval adredemente organizado,mas,alguma preparação tinha que ter;uns 15 dias antes começavam a pensar a festa;as negras de ganho buscavam a parafina para confeccionar as bolinhas de cheiro,que revendiam aos brancos.Moçoilas apaixonadas encomendavam as bolinhas cheias com o próprio perfume que usavam,para atirar ao amado,como uma declaração de amor.Os homens faziam seringas que esguichavam água por todos os lados,que vendiam aos brancos e ficavam com algumas,para a farra entre os seus;as tais seringas seriam as precursoras das lança-perfumes,que tanto sucesso fizeram nos carnavais dos anos quarenta/cinqüenta?Provavelmente,sim.
Como nos dias normais da cidade,a população era dividida em classes sociais;os brancos da elite podiam molhar todo mundo;os brancos pobres,molhavam os negros;os negros forros podiam molhar os escravos. E estes,só podiam molhar uns aos outros.As mulheres não molhavam ninguém,mas,eram molhadas por todos.
Só muitos anos mais tarde foi criado o carnaval de rua com seus mascarados,aqui chamados de “caretas”,os bailes e o corso,com seus belos carros alegóricos.
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domingo, 7 de fevereiro de 2010

HOJE TEM:


FEIRA DE LIVROS NO TEATRO CASTRO ALVES.ORGANIZADA PELA CÂMARA DO LIVRO DA BAHIA.

VENDA DE LIVROS DE AUTORES BAIANOS A UM PREÇO DE OCASIÃO.

APAREÇA POR LÁ,VOCÊ,QUE GOSTA DE LER!

ESCRITORES BAIANOS,COMPAREÇAM!

O EVENTO SERÁ DAS 9 ÀS 17 HS,NO FOYER DO TEATRO,SITUADO NO LARGO DO CAMPO GRANDE.

SE VOCÊ É UM ESCRITOR BAIANO,FILIAR-SE À CÂMARA DO LIVRO É UM PASSO PARA REALIZAR O SEU SONHO DE PUBLICAR SEUS TRABALHOS.

FILIE-SE JÁ.

LEMBRE-SE TODA GRANDE CAMINHADA COMEÇA COM UM PRIMEIRO PASSO.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

SÁBADO É DIA DE SONETO!


SONETO DE BOCAGE
Manoel Maria Barbosa de Bocage,poeta português

A teus mimosos pés,meu bem,rendido,
Confirmo os votos, que a traição manchara;
Fumam de novo incensos sobre a ara
que a vil ingratidão tinha abatido.



De novo sobre as asas de um gemido
Te of’reço o coração, que te agravara;
Saudoso torno a ti,qual torna à cara
perdida pátria o mísero bandido.



Renovemos o nó por mim desfeito,
que eu te maldiga o tempo desgraçado
em que a teus olhos não vivi sujeito;



Concede-me outra vez o antigo agrado
Que mais queres?Eu choro, e no meu peito
o punhal do remorso está cravado.
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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

COMO ORGANIZAR UMA BIBLIOTECA!



Você, leitor,adora livros e sempre está comprando algum;por isso já acumulou centenas de exemplares e os guarda com carinho.
Seus amigos lhe presenteiam com livros e,assim,a biblioteca vai crescendo.
Como arrumá-la?
Pior ainda, você nem liga muito para isso e um dia recebe um alentado lote de livros,por herança.
O que fazer?
Primeiro, se ainda não tem,mandar preparar as estantes;
Nas minúsculas casas atuais,algumas simples “apertamentos”,fica difícil um cantinho para os livros;tem que metê-los de qualquer jeito no rack da TV ou numa pequena estante no quarto,tudo misturado por cor ou tamanho ou pela ordem alfabética dos autores.
Claro que você não vai fazer como aquela dama vitoriana que arrumava os autores por sexo;homens de um lado,mulheres do outro;não fossem eles ,na calada da noite,”fazer livrinhos,”pois esses escritores não são gente de respeito,bêbados e tarados e poderiam mesmo se aproveitar das autoras.
Ou,como um cliente meu,pobre e analfabeto,que tirou sozinho o maior prêmio de loteria em Salvador.
De repente, rico,chamou uma arquiteta para decorar seu AP. de cinco banheiros,na Vitória,bairro nobre daqui,e ,ela o aconselhou a decorar o living com livros,pois era “de bom tom”,nas casas como a dele.
Chamada, (era vendedora de livros naquelas priscas eras) fui atendê-lo.
Cheguei,meio ressabiada,pois conhecia o “pátrazmente” do sujeito, numa tarde ensolarada e na bela varanda que dava para o mar,abri os” broadsiders” que era como se chamava as propagandas dos livros.
Para minha surpresa,o cidadão escolheu os três livros mais sofisticados e difíceis da coleção.
Vendi, à vista,e,curiosa falei:
-Não sabia que o senhor se interessava tanto por Ciência,História e Psicologia.
E ele:
-Ah,sobre os livros!?É que torço pelo Bahia e as capas têm as cores do meu time, azul,vermelho e branco...
Fiz uma cara de paisagem e fui saindo de fininho agarrada ao polpudo cheque.
Mas, voltando à arrumação.
Colocar autores por ordem alfabética não parece bem;os contos de Poe não combinam com os poemas de Píndaro e muito menos com o humor de Ponte Preta.
A melhor coisa que tem a fazer é reunir os assuntos, numerando cada livro com o número referente ao assunto tratado nele.
Esses números simbólicos serão postos na lombada,na parte inferior,sempre no mesmo lugar e que embaixo de cada número apareça uma letra.
Assim:220
A
O número representa História do Brasil e o nome do autor começa com A;todos os seus livros de História do Brasil terão o mesmo número a letra é que muda.
O mesmo você faz com os demais assuntos;romances,contos,poesias,ensaios,filosofia,psicologia etc.
As revistas,enciclopédias ou dicionários,que tratam de assuntos variados você cataloga como OBRAS GERAIS;representada por três zeros:000
Pronto? Tudo arrumado?
Ai a gente faz uma ficha real ou virtual para que o livro possa ser encontrado rapidamente.A ficha deve ser de autor,onde aparecerá no canto superior esquerdo o nº de classificação;no caso de diversos autores,a gente faz uma ficha pelo título;pode-se fazer também uma ficha de assunto;eu faço,pois,como pesquiso quase tudo que escrevo,isso facilita demais a minha vida.
As revistas devem ser colocadas em caixas especiais, por assunto,p/exemplo:revista acadêmica,de moda,assuntos variados,como a Veja,humorística,como a Mad e por ai vai.
Na caixa ,ponha um adesivo com o nome e o ano da revista.Fácil, né?

Eu ainda separo os livros de referencia,aqueles que,como médicos clínicos,entendem de tudo e não podem faltar numa casa,principalmente onde haja estudantes.Como as enciclopédias, os dicionários,o atlas,os anuários,livros de arte e/ou científicos.
Coloco numa estante separada onde ponho uma letra R,bem grande.
Pronto, agora é só cuidar para que seus “clientes” da biblioteca (filhos,netos,amigos) não tirem os livros do lugar ou pior,levem e se esqueçam de devolver.
Por conta disso,perdi o último volume da COMÉDIA HUMANA”, de Balzac,que comprei com meu primeiro salário de professora,em 1965,e paguei durante um ano à Editora Globo;pois é,justo a “FISIOLOGIA DO CASAMENTO”, um livro adorável.Emprestei e se foi;ando à caça dele pelos sebos e nunca mais encontrei.
Atualmente,não empresto livro a ninguém,a não ser anotando na ficha o nome do sujeito e a data do empréstimo.
Tenho 1500 livros na minha biblioteca;teria o dobro se não fossem os ratos de biblioteca.
Ah,querem saber quem inventou esse método de arrumação? Melvin Dewley,por isso esse sistema usado em todas as bibliotecas do mundo tem o seu nome.
Será que ajudei?



A

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

ANTIGOS CARNAVAIS!...



ANTIGOS CARNAVAIS
Eram muito gostosos os carnavais da minha infância!
Embora morássemos numa cidade do interior,Dezembro chegando,tomávamos o trem para Salvador,onde moravam meus avós maternos,e,enquanto a Mariafumaça vencia os trilhos com sua eterna cantilena “café com pão bolacha não”,eu antegozava os prazeres que me esperavam na Capital,e,principalmente.o carnaval,para mim,a melhor de todas as festas,suplantando até o Natal.
Meu pai,festeiro como ninguém e um pé de valsa que faria inveja a Juscelino,tratava logo de alugar um carro,uma baratinha sem capota,para nos levar ao corso.Também tratava do aluguel das cadeiras na Rua Chile,ponto estratégico onde passava todos os foliões e os carros alegóricos,fazendo o Corso.Dodô e Osmar ainda não tinham inventado o Trio Elétrico,que mudou a face do carnaval da Bahia.
Minha mãe,que nunca foi festeira,mas,nos acompanhava,tratava das minhas fantasias;uma para cada dia,o Domingo,começo da festa,a Segunda Feira Gorda da Ribeira e a Terça,fim do tríduo momesco.Sem direito á prorrogação.
Um dia eu saía de cigana,aproveitando as longas e grossas tranças que exibia na época;estamos falando dos anos quarenta e eu tinha sete anos.(1949);na segunda feira,virava odalisca,cheia de véus de gaze transparentes,que meu avô achava uma indecência;na terça,me vestia de baiana,á lá Carmem Miranda;confetes e serpentinas,não faltavam.Bem como as lança-perfumes Rhodo e Rodouro,sem elas para borrifar nas pessoas,(e só para isto,ninguém falava em cheirinho da loló)o carnaval perdia a graça.
Centenas de foliões mascarados,os( “caretas” )ou fantasiados ,desfilavam sua alegria,entre a Avenida Sete até a Praça da Sé.Quase não havia carnaval nos bairros.A mudança do Garcia,cheia de alegria e irreverência,temida pelos políticos,dura até hoje;já o “jegue de cueca e a jega de calçola”,da Massaranduba,bairro popular,este acabou.Bem como o Clube Carnavalesco “Rosa do Adro”,que também se foi.
Havia blocos como “os Filhos de Gandhi”,que já despontavam e o violento “Apaches do Tororó”,cujos membros invariavelmente acabavam no xilindró,para gáudio da população,que se deslocava para as portas das Delegacias,na quarta-feira de cinzas,para ver a saída dos prisioneiros fantasiados e rir da cara de todos.
Porém, belos eram os clubes carnavalescos com a majestade dos seus carros alegóricos,cheios de mulheres bonitas e muita música,cor e alegria.Cada um,queria suplantar o outro em riqueza e pujança.Havia o “Fantoches da Euterpe”,o “Cruz Vermelha”,o” Inocentes em Progresso”,com um carro só de crianças.
A discriminação velada ainda persistia.Os negros só podiam festejar na Baixa dos Sapateiros,Liberdade,onde nasceu o Ilê Aiyê,e na periferia.
Isto durou até 1950,quando o engenheiro mecânico Osmar Macedo e o radiotécnico Dodô Nascimento decidiram fazer o seu carnaval tocando suas músicas em cima de um Fordeco 1929,criando assim o “pau elétrico, avô dos trios elétricos de hoje.

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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

YEMANJÁ,RAINHA DO MAR!





Dia 2 de fevereiro
dia de festa no mar...
(Caymmi)
Esse belo e poderoso orixá,muito cultuado na Bahia,tem origem ioruba.
Recebe oferendas rituais em grandes balaios rústicos,feitos à mão pelo povo,que os enche de flores,perfumes,espelhos,pentes,alfinetes,agulhas,pedaços de seda, talco,colares,brincos,anéis,leques,adereços,sabonetes,pois,a dama é muito vaidosa e adora pentear seus lindos e longos cabelos,sentada nas pedras,ao luar.
Os ofertantes,normalmente povo de santo,vestem-se de branco,cantando,embarcam e atiram os presentes num lugar de águas profundas.
Embarcações de todos os feitios e porte singram as águas,num festival de velas brancas,enfunadas ao vento;saveiros e canoas carregados de balaios com presentes rumam ao largo até o ponto onde podem jogar os balaios para que a deusa os recolha.
Os bilhetinhos estão lá,com os pedidos dos fiéis,na esperança de serem atendidos.
Se Yemanjá devolve os presentes –coitado dele –não será atendido,fica prá a próxima,camarada.
Orixá dos marítimos,protetora das viagens,está ligada,no sincretismo a Afrodite,Nossa Senhora,sendo também padroeira dos amores.
É uma moça de muitos nomes: D. Janaina,Princesa do Mar,Princesa de Aioká,Olôxun,Inaê,Dandalunda,pois não é ela a Senhora das Águas,mãe de tudo que existe sobre a face da terra?
Deus e as águas! diziam os antigos.Pois,D. Janaina abriu os seus fartos seios e deles nasceu o mar...
Como Afrodite foi pintada saindo de uma concha,esse também é seu fetiche;suas insígnias,o leque e a espada.
Seus alimentos sagrados são o pombo,o milho,o galo,o bode castrado;as cores vermelho ou azul.
Suas filhas usam colares de contas pingo d’água,pulseiras de alumínio;sábado é seu dia sagrado e o grito a que responde aos seus ekedes é”hin-hiyemin” ou “odo-yá,dependendo do grupo pelo qual é saudada.

Muitas vezes se apaixona;e,leva os amantes para o fundo do mar.O corpo nunca é achado.
“O marinheiro bonito
sereia do mar levou...
Dizem que é ciumenta,vingativa e cruel;enfim,é mulher...
Yemanjá é festejada também no Rio,na praia de Copacabana.
Em Angola,ela é Quianda,mora nos arredores da Ilha de Luanda e recebe seus presentes ,alimentos e bebidas,como nos antigos rituais.
Em Salvador,sai da sua casa ,a Casa do Peso, no Rio Vermelho,antiga colônia de pescadores,acompanhada
de baianas ricamente vestidas de branco,pelos obás, e por toda uma multidão alegre e esperançosa,esperando que seus presentes afundem rapidamente,indicando que foram aceitos.
Que Yemanjá ,Rainha do Mar,leve sob grilhões para o fundo do mar,toda a inveja que sobre mim possa recair,todas as lágrimas que eu tenha que chorar,para nunca o desespero ou a desgraça me alcançar...
ODO-YÁ!
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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

INVICTUS!




Trago,hoje,para vocês,o magnífico poema de H.W.Henley,que era a fonte de energia e esperança para Mandela,nos seus 27 anos de prisão,conforme declarou nas suas entrevistas:




INVICTUS!




Do fundo desta noite que persiste


A me envolver em breu - eterno e espesso,


A qualquer deus - se algum acaso existe,


Por mi’alma insubjugável agradeço.




Nas garras do destino e seus estragos,


Sob os golpes que o acaso atira e acerta,


Nunca me lamentei - e ainda trago


Minha cabeça - embora em sangue - ereta.





Além deste oceano de lamúria,


Somente o Horror das trevas se divisa;


Porém o tempo, a consumir-se em fúria,


Não me amedronta, nem me martiriza.





Por ser estreita a senda - eu não declino,


Nem por pesada a mão que o mundo espalma;


Eu sou dono e senhor de meu destino;


Eu sou o comandante de minha alma.




Tradução: André C S Masini






Agora,a versão original:


Invictus!






Out of the night that covers me,


Black as the Pit from pole to pole,


I thank whatever gods may be


For my unconquerable soul.





In the fell clutch of circumstance


I have not winced nor cried aloud.


Under the bludgeonings of chance


My head is bloody, but unbowed.



Beyond this place of wrath and tears


Looms but the Horror of the shade,


And yet the menace of the years


Finds, and shall find, me unafraid.





It matters not how strait the gate,


How charged with punishments the scroll


,I am the master of my fate;


I am the captain of my soul.