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quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

PORQUE É NATAL!


                                                               
                                                          O BLOG DE DEZEMBRO/15


CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Organiza o Natal
Carlos Drummond de Andrade

Alguém observou que cada vez mais o ano se compõe de 10 meses; imperfeitamente embora, o resto é Natal. É possível que, com o tempo, essa divisão se inverta: 10 meses de Natal e 2 meses de ano vulgarmente dito. E não parece absurdo imaginar que, pelo desenvolvimento da linha, e pela melhoria do homem, o ano inteiro se converta em Natal, abolindo-se a era civil, com suas obrigações enfadonhas ou malignas. Será bom.

Então nos amaremos e nos desejaremos felicidades ininterruptamente, de manhã à noite, de uma rua a outra, de continente a continente, de cortina de ferro à cortina de nylon — sem cortinas. Governo e oposição, neutros, super e subdesenvolvidos, marcianos, bichos, plantas entrarão em regime de fraternidade. Os objetos se impregnarão de espírito natalino, e veremos o desenho animado, reino da crueldade, transposto para o reino do amor: a máquina de lavar roupa abraçada ao flamboyant, núpcias da flauta e do ovo, a betoneira com o sagüi ou com o vestido de baile. E o supra-realismo, justificado espiritualmente, será uma chave para o mundo.

Completado o ciclo histórico, os bens serão repartidos por si mesmos entre nossos irmãos, isto é, com todos os viventes e elementos da terra, água, ar e alma. Não haverá mais cartas de cobrança, de descompostura nem de suicídio. O correio só transportará correspondência gentil, de preferência postais de Chagall, em que noivos e burrinhos circulam na atmosfera, pastando flores; toda pintura, inclusive o borrão, estará a serviço do entendimento afetuoso. A crítica de arte se dissolverá jovialmente, a menos que prefira tomar a forma de um sininho cristalino, a badalar sem erudição nem pretensão, celebrando o Advento.

A poesia escrita se identificará com o perfume das moitas antes do amanhecer, despojando-se do uso do som. Para que livros? perguntará um anjo e, sorrindo, mostrará a terra impressa com as tintas do sol e das galáxias, aberta à maneira de um livro.

A música permanecerá a mesma, tal qual Palestrina e Mozart a deixaram; equívocos e divertimentos musicais serão arquivados, sem humilhação para ninguém.

Com economia para os povos desaparecerão suavemente classes armadas e semi-armadas, repartições arrecadadoras, polícia e fiscais de toda espécie. Uma palavra será descoberta no dicionário: paz.

O trabalho deixará de ser imposição para constituir o sentido natural da vida, sob a jurisdição desses incansáveis trabalhadores, que são os lírios do campo. Salário de cada um: a alegria que tiver merecido. Nem juntas de conciliação nem tribunais de justiça, pois tudo estará conciliado na ordem do amor.

Todo mundo se rirá do dinheiro e das arcas que o guardavam, e que passarão a depósito de doces, para visitas. Haverá dois jardins para cada habitante, um exterior, outro interior, comunicando-se por um atalho invisível.

A morte não será procurada nem esquivada, e o homem compreenderá a existência da noite, como já compreendera a da manhã.

O mundo será administrado exclusivamente pelas crianças, e elas farão o que bem entenderem das restantes instituições caducas, a Universidade inclusive.

E será Natal para sempre.

Ah! Seria ótimo se os sonhos do poeta se transformassem em realidade.

Texto extraído do livro "Cadeira de Balanço", Livraria José Olympio Editora - Rio de Janeiro, 1972, pág. 52.






                                                                   ALPHONSUS DE GUIMARAENS


Canto de Natal 


A Criança que dorme
é tua e também minha.
Junto dela a grande noite
se apaga, e se avizinha


a madrugada santa,
com seus rumores castos...
E a Criança repousa,
e a Criança se esquece,

enquanto que no espaço
e no tempo se tece
a coroa de espinhos,
como um luar de sangue
sobre os altos caminhos.


In: GUIMARAENS FILHO, Alphonsus de. Poemas reunidos, 1935/1960. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1960. Poema integrante da série O Unigênito, 1946/1947.
  





                                                                     CORA CORALINA



VINICIUS DE MORAES



FERNANDO PESSOA




                                                                           MIRIAM DE SALES



                        CARTA AO PAPAI  NOEL

BOM DIA,MEU QUERIDO,desculpe a intimidade indevida com um senhor de barbas brancas e opulenta barriga,mas,nos conhecemos há tantos anos-exatos 73-e,como eu também tenho cabelos brancos(no nosso tempo chamava-se cãs,lembra-se?) permiti-me esta ousadia.Vencemos mais um Natal,eu e você,sobrevivemos aos abraços,á ceia pantagruelica,ás luzes e aos bons votos;nestes tempos modernos,você também foi agraciado,pois ,o Google traçou seu roteiro e as crianças do mundo inteiro puderam localizá-lo via internet;a rena Rudolph,que adora aparecer(se não,porque aquele nariz vermelho sobressaindo na neve?)ficou feliz porque o seu trabalho de guia foi minimizado,poupadas suas perninhas centenárias.Graças a seus ajudantes terrenos,pessoas de boa vontade,milhares de crianças carentes também receberam os mimos do Natal;famílias modestas,como a do Menino,puderam ter uma ceia decente e bocas aonde faltavam dentes,mas,não a esperança,sorriram felizes de barriga cheia,pelo menos,naquele dia,livres do fantasma da fome e do desamor.Para isto serve o Natal,meu querido,para ativar a solidariedade,para despertar o melhor nas pessoas,para que muitos compartilhem e louvem o renascimento da Esperança,tão bem retratado na criança de Belém;Quando assiste e participa de tudo isto a gente crê que a Humanidade ainda tem jeito,apesar das guerras ,dos crimes e  da descrença  generalizada,doença virulenta que atinge os seres humanos.
Mas,o Bem prevalecerá.
Porque o Natal simboliza o Renascer, todos nós acordamos um pouquinho melhor depois desta noite mágica.E,você,querido amigo,ainda entrará por muita chaminé,ainda fará muita criança sorrir,ainda estará presente no inconsciente de cada adulto que um dia foi uma criança de olhos compridos e coraçãozinho batendo na noite de Natal;esta criança não pode morrer,vamos ressuscitá-la.Dentro de nós só deveria existir um código de conduta,como Ele nos ensinou:”Não façais aos outros o que não queres que vos façam”.Simples assim.




                                                                          EU RECOMENDO

Crianças precisam de amor,presentes e livros.Neste Natal inove ,presenteie com livros de história,livros de poemas infantis,livros que transformam,livros que despertam,livros que ensinam e divertem.Como estes,abaixo:
A Filosofia grega levada ás crianças com leveza e  muita beleza.

Poemas infantis para todas as ocasiões.Um presente para pais e professores.

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